31 de março de 2013

DA PÁSCOA


Hoje é o domingo de Páscoa, a data mais importante para um cristão!

Hoje celebramos a ressurreição de Cristo, rompendo os grilhões da morte, e esta ressurreição nos é a base, o fundamento, para toda a vida que temos nEle (At 2:24, 1Co 15:14). Jesus ressuscitou para a nossa justificação, para que, uma vez feita nEle a justiça de Deus (1Co 5:21), fôssemos considerados justos diante do Pai (Rm 4:25), nós os que fomos eleitos para nEle crermos.

Hoje é um dia de festa, mas deve ser também um dia de reflexão, pois nada disso seria necessário se não estivéssemos diante de um Deus cujo amor é da mesma dimensão da justiça, e cuja misericórdia é tão grande quanto a ira, e cuja soberania é tão imensurável quanto a graça. Diante da morte e ressurreição de Deus, em Cristo, contemplamos um Soberano e Senhor cujos atributos são a síntese perfeita de quem Ele é!

Se Deus não se irasse com o pecado, se a Sua justiça não fosse requerida com sangue, este feriado seria inútil (Ex 34:7 e Na 1:3; Hb 9:22). Vejam o que diz Provérbios 17:15: "O que justifica o perverso e o que condena o justo são abominações, tanto um como o outro". Deus não contradiz a si mesmo, por isso o profeta diz que Ele se agradou em moer a Cristo (Is 53:10a), não porque Deus é mau, ao contrário, porque Ele é bom, e santo, e justo.
Para compreendermos a Páscoa sob a perspectiva do amor de Deus, é preciso ler nela todos os Seus demais atributos, ou teremos uma visão distorcida do seu significado.
Na Páscoa o Seu amor se revela tamanho, pois nela a Sua ira nunca foi maior. A Sua justiça foi cumprida perfeitamente, e as Suas graça e misericórdia atingiram além do que eu possa medir!
A Páscoa é a passagem do povo de Deus, na ressurreição de Jesus, da escravidão do pecado, para a escravidão ao Senhor, de filhos da ira (Ef 2:3) a filhos adotivos de Deus (Ef 1:5). Eu cri em Cristo e isso me foi imputado como justiça (Rm 4:3, 22; Gl 3:6-7; Tg 2:23)!! Eu fui eleito antes da fundação do mundo (Ef 1:4), meu nome foi escrito no Livro da Vida antes de eu nascer (Ap 17:8)!! Devo sim, celebrar com júbilo!! Louvemos ao Senhor!!

Mas, em meio ao louvor, e ao regozijo, lembremos de anunciar o Seu Evangelho, o Seu Reino, anunciando que este Deus de amor é um Deus cuja ira e justiça puseram na cruz Seu Filho unigênito, cuja santidade requis o sangue de Jesus, e vai requerer o de todo aquele que não estiver nEle quando Ele voltar.

Desejar feliz Páscoa para quem não está nEle, queridos, é mentira, pois TODO pecado tem sua punição, ou em Cristo, ou no inferno, e para aqueles cujo fim é este último, a Páscoa será qualquer coisa, menos feliz!!
Agora, como não nos foi dado saber, até crermos, quem foi predestinado ou não para esta passagem, impõe-se que este Evangelho do Reino seja pregado a toda criatura (Mt 24:14)!!

Até que venha o fim!!!

Até que Ele venha!!!

E Ele vem, sem demora!!!

21 de março de 2013

De mim


            Durante anos, após a minha conversão, eu incorri em algo que eu considero hoje um erro: eu sempre medi Deus por parâmetros que eu possuía. Por exemplo, eu sempre cri  que Deus é amor, mas o parâmetro de amor era, ao menos em parte, influenciado pelo que eu entendia sobre amor. E isso se aplicava também a outros atributos de Deus, a saber, a ira, a justiça, a soberania, a misericórdia e a graça. Isso me fez crer no meu livre-arbítrio, me fez achar que a minha decisão de escolher Jesus havia sido determinante na minha conversão, a despeito das circunstâncias desta serem claramente contrárias a qualquer interferência minha.
       Eu acreditava que Jesus havia morrido pelos pecados de todos, e quem aceitasse isso seria salvo, o restante, condenado. Acreditava que o "crer" dependia de mim. Não dizia isso claramente, muitas vezes, mas minhas atitudes refletiam isso. Acreditava que Deus fazia uma parte, ia até certo ponto, e a partir daí, era comigo, era minha escolha. Era, sei disso hoje, um sinergista.

      Há um ano, aproximadamente, incomodado por alguns escritos recentes, de homens cujo posicionamento e visão eu já admirava, como Paul Washer, John McArthur e John Piper, além de alguns não tão recentes, como Martyn Lloyd-Jones e Leonard Ravenhill, eu comecei a estudar mais detidamente as Escrituras e ser confrontado por elas quanto à fundamentação bíblica do que eu cria.

           Este foi o primeiro ponto. Como sou muito curioso, e estes autores são relativamente recentes, resolvi percorrer a história da igreja, em busca de confirmação do que o Senhor já vinha me falando, afinal, com poucos anos de convertido, eu poderia me enganar e ser tendencioso na interpretação do que eu lia na Bíblia. Encontrei então os textos de Jonathan Edwards, George Whitefield e Charles Spurgeon, e vi que aquilo que me confrontou não era um entendimento novo das Escrituras, vi mais, vi Richard Baxter, John Owen, Thomas Watson, e outros chamados puritanos, que confirmavam o que eu já entendi claramente como verdade a respeito de Deus e Sua obra de redenção particular para com o Seu povo. Os puritanos me adicionaram a certeza de que esta verdade deve gerar uma vida verdadeiramente piedosa, e isso alegrou meu coração, afinal doutrina tem que gerar vida, e vida transformada.

          Recuando um pouco mais no tempo, cheguei aos reformadores, sobretudo João Calvino, que sistematizou seu estudo de forma muito clara, atribuindo, em conformidade com o que diz a Bíblia, a salvação somente ao Senhor. Talvez por este legado tenha ficado a designação de calvinista a todo aquele que é, na verdade, monergista, isto é crê que Deus opera 100% da salvação do homem. E não há refutação bíblica consistente, apenas como disse no começo deste texto, há o fato inconteste de que essa idéia humilha o homem ao máximo, ao tirar dele qualquer mérito na sua própria salvação (ainda que seja o mérito de ter escolhido Jesus). Talvez seja esta humilhação que nos é imposta que torne este ensino tão desconfortável.
Mas Calvino não "inventou" nada. Se voltarmos um pouco mais de mil anos, chegaremos a Agostinho, cujo discurso é exatamente o mesmo, e está totalmente em conformidade com o ensino apostólico que aprouve ao Senhor registrar para a instrução dos Seus eleitos.

          Diante de tantas evidências, que corroboram plenamente o ensino bíblico, eu me vi rendido às doutrinas da graça, ao monergismo, e esta rendição me tornou um homem mais grato ao Senhor, mais cônscio de quem sou, mais pronto a orar, a chorar diante dEle, a proclamar o Evangelho do Reino de Deus a todas as pessoas, para que através da pregação da Palavra aqueles que o Senhor elegeu sejam reunidos a Ele. 

           Que eu nunca seja achado omisso neste ministério para o qual fomos todos chamados ao sermos regenerados. Que eu seja achado mais piedoso a cada dia, e ande submisso e grato àquEle que me salvou, certo de que Ele vai completar a boa obra que Ele começou, até o dia de Cristo Jesus!!

15 de março de 2013

Do Choro


"A glória do Deus de Israel se levantou do querubim sobre o qual estava, indo até à entrada da casa; e o Senhor clamou ao homem vestido de linho, que tinha o estojo de escrevedor à cintura, e lhe disse: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal a testa dos homens que suspiram e choram por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela." Ez 9:3

"Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados." Mt 5:4


            Há uma bem-aventurança para os que choram, o consolo. Essa palavra sempre me trouxe muita paz, a paz de que meu pranto seria consolado por Deus. A paz de que o consolador, o consolador que o próprio Deus enviou (Jo 14:16, 26 e 15:26), me aquietará testemunhando de Cristo, revelando a Palavra de Deus. Quem chora precisa de consolo, e é esta a promessa que temos do próprio Jesus!
            Mas por que eu devo chorar?
            O choro é algo que acompanha o homem desde o seu nascimento. É, sabemos, a primeira manifestação vocal de qualquer ser humano. Eu choro antes de falar. Quando criança eu choro para me comunicar, para que minhas necessidades básicas sejam satisfeitas. Quando mais velho, eu choro para externar emoções, sentimentos de dor, alegria, saudade, medo. Não há quem não chore. Chorar é sinal de que se está vivo.
            Repito, por que eu devo chorar? Um homem regenerado por Cristo, que é templo do Espírito Santo, que não vive mais segundo a carne, mas segundo o Espírito (Rm 7:5), que não se inclina para a carne (Ef 2:3), que anda como Cristo andou (1 Jo 2:6), deve chorar pelos mesmos motivos que fazem um homem natural chorar?
            É certo que nossas emoções não são extirpadas com a regeneração, não nos tornamos autômatos frios, desprovidos de sentimentos e afetos. Continuamos nos alegrando, chorando, sentindo prazer e dor, saudades, luto, regozijo e temor. E todas essas coisas podem nos fazer chorar.
Mas, creio eu, existe um tipo de choro que é fruto da nova vida que recebemos de Cristo, que é fruto de termos sido regenerados e estarmos sendo santificados, e este choro, eu vejo bem descrito nesta visão profética de Ezequiel que destaquei no começo do texto. É o choro pelo pecado, o choro do arrependimento, que revela contrição. É o choro da mulher aos pés de Jesus (Lc 7:38), é o choro de Pedro após negar o Senhor (Mt 26:75 e Lc 22:62). É o choro do próprio Cristo ao ver Jerusalém (Lc 19:41). Uma marca da regeneração é que eu choro pelo pecado. E choro em três níveis: eu choro pelo meu próprio pecado; eu choro pelo pecado no meio da igreja; eu choro pelo pecado no mundo. E eu tenho, para este choro, a promessa do consolo que vem do Espírito Santo de Deus.
            Primeiro, eu choro pelo meu pecado. Eu choro porque ofendo a Deus quando peco. Eu choro porque o Espírito Santo me revela quem Cristo é, e ao contemplar Cristo a minha iniquidade, o meu desejo de pecar me parece ainda mais repulsivo. Eu choro porque sinto a tristeza segundo Deus que traz o arrependimento (2Co 7:10). Não é chorar pelas conseqüências do pecado. Chorar pelo que o pecado me causa não é a marca da vida de Cristo. A marca é chorar pela ofensa feita a Ele.
            Segundo, eu choro pelo pecado no meio da igreja. E aí, há duas vertentes: uma, eu choro pelo pecado do meu irmão, que caminha comigo, que está perto e que, como eu, pela graça de Deus foi remido e lavado pelo sangue do Cordeiro; outra, eu choro por toda a igreja, por todos os santos que estão, assim como eu, fugindo do pecado e crucificando a carne. Eu choro pela luta do meu companheiro de caminhada cristã, por aquele que frequenta a minha casa, que cultua o Senhor junto comigo na congregação. Eu choro por ele, porque sei quem sou eu, e como eu também estou sujeito às mesma fraquezas, e como meu coração é igualmente perverso. Um discípulo chora pelo pecado de seu companheiro, para que ele vença o pecado, para que haja contrição e arrependimento, para que haja cura. Mas, não só isso, eu choro também pelo pecado cometido contra  o Senhor por aqueles que estão longe. Eu choro pelo meu irmão que adultera na China, eu choro por aquele que se prostitui na Austrália, eu choro por aquele que mentiu em qualquer parte do mundo. Eu choro pelo músico que faz sucesso cantando inverdades, eu choro pelo pregador que distorce a Palavra, eu choro por cada ministro que tem diluído sua fé e misturado suas convicções aos esquemas mundanos, e choro por cada irmãozinho que tem seguido este engano. Choro pelos que estão perto, e choro pelos que estão longe.
            Terceiro, eu choro pelos pecados do mundo. Choro porque a justiça de Deus será implacável. Choro, porque haverá um dia em que, todo aquele que não creu em Cristo será lançado ao inferno, choro porque o meu Senhor, que me tirou da lama em que eu vivia, é ultrajado a cada pecado cometido por cada homem em cada parte deste planeta. Choro porque, apesar de tanta iniquidade, de tanto pecado, tanta transgressão, Deus ainda derrama sua graça, e produz dias cheios de beleza, noites cheias de luar, e ordena a Seus eleitos que chorem por cada ímpio, por cada ofensor, e que anunciem a Sua Palavra, e que sirvam, e que amem. Choro porque Deus não consumiu hoje várias pessoas que eu conheço e amo, mas não O conhecem, e isso é unicamente por Sua misericórdia. Choro porque um dia choraram por mim, quando eu estava morto em meus delitos e pecados.
            E, para finalizar, confesso a cada leitor, que este texto é uma exortação a mim mesmo, pois, em verdade, eu não tenho chorado. Não por estes motivos, nem com na intensidade com que o pecado é cometido, em seus três níveis. Este texto é um pedido sincero de perdão, ao Senhor e à Sua igreja pela minha negligência. Tenho recebido o consolo do Senhor a cada linha deste texto escrito em lágrimas, e é com estas lágrimas e letras que admoesto os irmãos a chorarem diante do Senhor, por seus pecados, pelos meus pecados, e pelos pecados de todos.
           
            E eu quero chorar todos dias, e ser consolado a cada dia, até que Ele venha!

            E Ele vem sem demora!!

23 de janeiro de 2013

Da unidade


“Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo creia que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” Jo 17:22-23

“esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; Ef 4:3-4

“Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,”  Ef 4:13




            A unidade da igreja, a oração de Jesus por todos aqueles que foram separados por Deus, Seus santos, a raça eleita, o povo de propriedade exclusiva Dele (Jo 17:9-24; 1 Pe 2:9), é um tema sempre presente, seja nas conversas entre irmãos, nas ministrações da Palavra  e, claro, em nossas orações. Faz algum tempo, tenho refletido, lido e orado a este respeito, em busca de discernimento do que é unidade aos olhos do Pai. Estas reflexões, publico aqui hoje.
            Os três textos que citei acima, são onde a palavra “unidade” aparece nas Escrituras, sendo que, no texto de João, a expressão traduzida por “unidade” não é a mesma que encontramos no capítulo 4 da carta de Paulo aos Efésios. Em João, a palavra é heis, que significa “um”, o numeral mesmo. Em Efésios, a palavra é “henotes”, esta sim, significando unidade. Existem várias outras referências no NT, indiretas ou usando termos correlatos, à necessidade de que a igreja seja unânime, mas hoje vou me concentrar nestas expressões, traduzidas para o português como “unidade”.
            Paulo fala aqui em duas expressões da unidade, uma, já pronta, que cabe à igreja preservar, a unidade do Espírito; outra para a qual caminhamos, e deveremos chegar, a unidade da fé, que creio ser o objeto da oração de Jesus, onde Ele pede que sejamos “aperfeiçoados na unidade”.
            Unidade de Espírito é inerente à igreja. Toda a igreja nasceu da água e do Espírito, ou não estaria dentro do reino de Deus (Jo 3:5). Não há irregenerados na igreja do Senhor. Pode até haver, e creio mesmo que há, irregenerados nas assembleias de homens, mas na igreja do Senhor já há unidade de Espírito. A ordem que nos é dada, através de Paulo, é que nos esforcemos para preservá-la.
            Unidade de fé é algo que perseguiremos até o fim da nossa caminhada, como diz a Palavra, até chegarmos à perfeita varonilidade. Esta unidade é construída na caminhada de cada remido com o Senhor, no desenvolvimento do serviço de cada santo, através da comunhão de cada um com Jesus, e também através dos ministérios que Ele mesmo estabeleceu para este fim (Ef 4: 11-12).
            Até aqui nenhuma novidade. Está claro nas Escrituras. O que não entendo é porque insistimos, muitas vezes, em um conceito de unidade que é diferente destas duas expressões? Aonde está escrito que unidade significa uma única congregação em cada localidade? Aonde está escrito que unidade se resume a estarem todos debaixo de uma mesma autoridade terrena (às vezes sem sequer estarem todos debaixo da mesma autoridade celestial...)?
            Ora, caros leitores, a igreja do Senhor (eu disse, do Senhor!) já é uma. Está toda coberta pelo mesmo sangue, habitada pelo mesmo Espírito. Nenhuma das suas limitações, dificuldades, pecados eventuais, nada disso é desconhecido de Deus. O Senhor não se surpreende quando erramos, nem se decepciona quando cometemos qualquer deslize. O Senhor foi quem nos deu a fé, Seu Espírito Santo é quem nos leva ao arrependimento. É escolha Dele, nunca mérito nosso, fazer parte da Sua igreja.
            Dito isto, então, o que sobra para nós? Sobra para nós, caminhar Nele, sermos fiéis estudiosos da Sua Palavra, guardar os Seus ensinamentos. Sobra para nós a prática do mútuo serviço, a mútua exortação, sempre baseada na Palavra, colocando em plano secundário nossos usos e costumes, em favor daquilo que está claramente definido como princípio de Deus. Sobra para nós abrir mão da nossa cultura eclesiástica, em favor da comunhão com outros santos.
            Precisamos esquecer esta ideia de que unidade consiste nas perdas de características individuais para que todo mundo seja igual. A analogia usada pelo Senhor foi a de um corpo, onde seus membros diferem em aparência, função, forma, tamanho e, para serem um, não perdem estas diferenças, antes trabalham, cada qual exercendo o seu papel, sob um mesmo governo, seguindo a mesma direção. A Bíblia fala sempre em vínculos, nunca em misturas.
            Servindo ao Senhor hoje na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, sou parte da igreja do Senhor nesta cidade. Tenho sim (e como sou grato a Deus por isso) os meus vínculos de relacionamento e sujeição aqui, mas, tenho também unidade de Espírito com todos os regenerados por Cristo, em todas as congregações, e caminho, na Palavra, para que cheguemos juntos à unidade da fé. Desejo me esforçar com mais diligência para preservar a unidade que já existe, evitando contendas, corrigindo meus irmãos, e aceitando a sua correção, sempre debaixo da autoridade das Escrituras. E para isso preciso a cada dia me despir da minha justiça própria, da minha arrogância espiritual e colocar o meu coração, sempre enganoso, subjugado à autoridade de Cristo em minha vida.
            Vejam bem, esta não é uma apologia ao corporativismo evangélico, que é, a meu ver, mero partidarismo, tampouco acho que tudo que fala em nome de Jesus é igreja, que todo que se diz batizado foi mesmo regenerado, que todo “crente” é cristão. Precisamos mesmo parar de chamar denominação de igreja. Precisamos, sim, expor as heresias absurdas propaladas por algumas instituições religiosas. Precisamos sim, ter critério quanto ao que lemos, vemos e ouvimos, principalmente se traz o famigerado rótulo “gospel”. Precisamos lembrar que a unidade da igreja trata de pessoas, transcende prédios. Precisamos fortalecer os laços interpessoais, ao invés das bandeiras institucionais. Precisamos, mais do que tudo, conhecer a Cristo, conhecer a Verdade, estudar diligentemente as Escrituras, lê-las diariamente, orar com fervor, estudar a nossa história (sim, a história da igreja é a nossa história. Há um só Espírito, lembram?).
            Para concluir, lembro a finalidade da oração de Jesus em favor do nosso aperfeiçoamento na unidade: o mundo crer que Deus O enviou e nos amou! Será mesmo através da nossa fé, aperfeiçoada, a cada dia, que o mundo crerá. Devemos ter em mente que o anúncio do Evangelho é meio de graça, que nenhum de nós sabe o que e como o Espírito Santo está operando em cada indivíduo, e só sabemos quem Deus escolheu quando a eficácia do chamado é manifesta, logo, temos que ter compaixão de todos, e proclamar a todos as boas novas. E isso é um ato de fé. Não se trata de ter fé no nosso próprio empenho, eloquência ou carisma, mas fé no Rei que anunciamos, fé que Ele vai cumprir toda a Sua vontade (Is 46:10). Não há maior prova de que eu verdadeiramente experimentei o amor de Deus que o meu empenho em anunciar o Seu Nome, o Seu governo, a Sua obra e a Sua volta!
           
            E Ele vem!!

            E vem sem demora!!!