31 de outubro de 2012

Da Liberdade para servir


 “E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Rm 6:18
“Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.” Rm 6:22
“Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” Rm 7:6

            Estes textos que destaquei, dentre tantos outros no Novo Testamento, deixam claro que fomos libertados da escravidão do pecado com a finalidade de servirmos. Sim, somos feitos servos com a conversão a Cristo. Convertidos a servos do Senhor. Ministros de Deus. Homens e mulheres a Seu serviço. As boas novas anunciadas por Jesus e Seus discípulos (onde estamos incluídos), foram e devem continuar sendo a respeito do Reino de Deus. E Reino pressupõe um Rei, e este reina sobre Seus súditos. Reino pressupõe um Senhor, que exerce Sua autoridade sobre os Seus servos. Um servo não tem vontade própria, é alguém que foi comprado para pertencer a um Dono. No texto original, em grego, do Novo Testamento, a palavra traduzida com “servo” é “doulos”, que significa literalmente “escravo”. E a palavra “Senhor” é “Kyrios”, que significa proprietário, dono. Talvez assim fique mais clara a nossa função no Reino de Deus. Fomos libertados da escravidão do pecado, para sermos escravos de Deus.
            A expressão “serviço”, a despeito de ser tão repetida nas escrituras, é, a meu ver, muito mal-interpretada entre a Igreja. Há quem aja como se Deus estivesse a serviço do homem, há quem ache que basta fazer algum trabalho em favor dos irmãos, no final de semana, ou outro horário vago, e já está dando a sua “cota” de serviço, há quem ache que ministério (serviço, como já dissemos) é um talento especial para a sua própria exaltação ou reconhecimento. Há todo tipo de distorção do sentido do termo. E muita pouca compreensão do seu real sentido.
            Inicialmente, para servirmos, precisamos ter atitude de servo, coração de servo. E isso é o tempo todo. Um servo não é servo de vez em quando. É servo e ponto final. Seja à meia-noite, de madrugada, nas férias (sim, não existem férias do Reino de Deus), nos momentos de lazer. Em todo instante um servo é alguém sempre pronto a servir. Nossa comida é fazer a vontade de Deus (Jo 4:34). Somente Ele pode me fazer repousar (Sl 23:2). É Nele o meu descanso, é Nele o meu prazer. Assim serei verdadeiramente Seu servo. E serei achado bom e fiel por Ele.
Um segundo ponto é: somos servos de quem? Resposta fácil: somos Servos do Senhor! Amém! Vamos agora cavar um pouco mais: sendo a Igreja o corpo de Cristo, a quem servimos, somos servos de Jesus, mas exercemos esse serviço uns pelos outros. É exatamente o que parece: eu demonstro meu serviço ao Senhor servindo ao meu irmão. E tem mais, eu tenho um Senhor, e Ele manda que eu anuncie o Seu Evangelho. Para fazê-lo, eu preciso servir ao meu próximo, servir àquele que o Senhor me indicar. O serviço é uma das mais potentes formas de proclamação. Portanto, servimos ao Senhor, servindo ao nosso irmão e servindo ao próximo.
Um terceiro ponto é: como servimos? Ora, se um servo comum serve por obrigação, assim não deve ocorrer conosco. Nós servimos a um Senhor que nos amou quando ainda éramos pecadores (Rm 5:8). Nós não servimos por obrigação (ou não deveríamos), servimos por gratidão, por amor. Servimos pela operação do Espírito Santo em nós. Servimos porque somos novas criaturas e o próprio Senhor nos faz desejar servir. Portanto, servimos com alegria, com excelência, com satisfação, com gozo.
Mas não nos enganemos! Não há, nem vai haver, nenhuma disposição em nós mesmos para o serviço. Nossa carne se inclina para o mal (Rm 8:7). Nossa carne nunca vai agradar a Deus (Rm 8:8). É Cristo em nós que nos faz servos. Quem está em Cristo, anda como Ele (1Jo 2:6). É a vida Dele fluindo em nós que nos conduz a servir. O serviço que não provém do próprio Senhor não será aceito por Ele. O padrão de um discípulo de Jesus é o próprio Jesus. Ele deu Sua própria vida a nosso serviço, e Ele vive em nós para que O sirvamos. Ele nos escolhe, Ele nos capacita, Ele nos sustenta, Ele nos move em Sua direção. É tudo Dele, por Ele e para Ele (Rm 11:36).
Portanto, precisamos avaliar nossos caminhos. Como temos gasto o tempo? Como temos gasto nossas vidas? Temos nos preservado, ou nos deixamos gastar em favor do Reino de Deus? Servimos voluntariamente, ou só quando somos demandados. Servimos com alegria, prontamente, ou murmurando? Quem refletimos com o serviço que prestamos? Servimos por operação do Senhor, ou na nossa própria força? Precisamos de revelação quanto ao padrão do nosso serviço. Um serviço que é de todos os santos, em favor de todos os santos, durante todo o tempo, com alegria, obedecendo à vontade do Senhor, até que Ele venha!
E Ele não tarda! Está cada vez mais perto!
(escrito em 10 de julho de 2012)

Um comentário:

Unknown disse...

Somos livres em Cristo para nos tornar Seus servos!! Livres para servir! Livres pra nos submeter!! Mas tudo na dependência dEle, pq não seriamos jamais capazes de fazer isso por nós mesmos! Glorificado seja o Senhor!